Em abril deste ano o IBGE divulgou alguns dados preliminares do Censo 2010. Leia a matéria abaixo extraída do site O Globo.
Bruno Góes
Publicada em 29/04/2011
RIO - O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes, divulga neste momento, no auditório da entidade, no Centro do Rio, os dados preliminares do Censo 2010. Segundo a pesquisa divulgada nesta sexta-feira, o Brasil alcançou a marca de 190.755.799 habitantes. O país cresceu quase 20 vezes desde o primeiro recenseamento, realizado em 1872. O maior pico foi constatado entre as décadas de 50 e 60 do século passado, quando o crescimento populacional chegou a quase 3% ao ano.
Entre as de 2000 e 2010, no entanto, a média foi a mais baixa desde a criação do Censo - apenas 1,17%. Se o ritmo de crescimento permanecer ao longo dos anos, o Brasil duplicará a sua população em 60 anos. Ou seja, em 2070, o país terá 380 milhões de habitantes. De acordo com dados da pesquisa, o Brasil tem 13,7 milhões de crianças até 4 anos e mais de 14 milhões de pessoas acima de 65 anos.
O IBGE verificou que as regiões do país não cresceram de maneira uniforme: Norte e Centro-Oeste foram as que mais aumentaram suas populações (2,09% e 1,91%, respectivamente) , em grande parte pelo fator migratório. As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram taxas semelhantes, de pouco mais de 1,0% ao ano. A Região Sul foi a que menos cresceu (0,87%), puxada pelo Rio Grande do Sul (apenas 0,49%).
No último período intercensitário, em termos absolutos, a Região Sudeste foi responsável pelo maior incremento populacional, já que possui o maior número de habitantes do país: A região proporcionou 37,9% do crescimento total do país. Porém, entre 1990 e 2000, respondia por 42,1%.
As dez unidades federativas que mais cresceram entre 2000 e 2010 são da Região Norte e Centro-Oeste. O Amapá lidera o ranking (3,45%), seguido de Roraima (3,34%), Acre (2,78%), Distrito Federal (2,28%), Amazonas (2,16%), Pará (2,04%), Mato Grosso (1,94%), Goiás (1,84%), Tocantins (1,80%) e Mato Grosso do Sul (1,66%).
As seis cidades mais populosas do Brasil são: São Paulo (11.253.503 de habitantes), Rio de Janeiro (6.320.446), Salvador (2.675.656), Brasília (2.570.160), Fortaleza (2.452.185) e Belo Horizonte (2.375.151). Entretanto, em 2000, a lista era diferente: Brasília era a sexta colocada, Fortaleza a quinta e Belo Horizonte a quarta. As demais cidades estavam na mesma posição de hoje.
Nas capitais, a maior diferença entre as taxas de crescimento foi observada no Tocantins, onde Palmas apresentou uma taxa de 5,21%.
População está mais velha
Entre 2000 e 2010, houve um declínio contínuo no nível de fecundidade e um aumento na longevidade da população. Este dado pode ser visto na comparação entre as pirâmides etárias .
Universalização do saneamento só deve acontecer em 2070
Quase metade dos domicílios brasileiros ainda não tem acesso à rede de esgoto: 55,45% têm o serviço. Em 2000, 47,3% tinham acesso e, em 1991, 35,5%. Portanto: de 1991 a 2000, aumento de 12,5 pontos percentuais; de 2000 para 2010, 7,7 pontos percentuais. Os números das regiões mostram a desigualdade latente no Brasil. Enquanto no Sudeste, essa proporção atinge 81% dos lares, no Norte, não chega a 13,9%. No Nordeste também fica muito aquém da média nacional: 33,9%. Para especialistas, o padrão alcançado era o esperado, diante do ritmo de investimentos, e o Brasil só deve conseguir oferecer saneamento universal em 2070. O país não cumprirá a meta do milênio para o setor.
Na rede elétrica, o pulo do gato
Pela primeira vez o IBGE conseguiu medir as ligações irregulares de luz no Brasil. São 550.612 lares que têm luz, mas não estão ligado a uma companhia distribuidora. Ainda temos 728.512 domicílios sem luz, nem de gato. A Light diz que as ligações irregulares representam a produção de uma Angra 1 por um ano.
Brasil tem mais de 130 mil casas chefiadas por crianças
Cerca de 60% dos domicílios brasileiros têm renda domiciliar per capita de até 1 salário mínimo. Até 2 salários, a proporção sobe para 82,4%. No Nordeste, a situação é mais grave: são 80,3% dos lares com ganhos de até um salário mínimo per capita. Já a taxa de analfabetismo é de 9,7% entre brasileiros com mais de 15 anos. Para especialistas, o avanço foi pequeno, de quatro pontos percentuais. Ainda há 132 mil domicílios chefiados por crianças de 10 a 14 anos.
População amarela cresce quase três vezes em dez anos
A população amarela registrou aumento de 761.583 em 2000 para 2.084.288 em 2010. A população indígena também cresceu, de 734.127 em 2000 para 817.963 em 2010. Outro ponto que chama atenção é a redução da categoria ''sem declaração'', ou seja, mais pessoas estão declarando sua cor ao IBGE: essa categoria foi de 1.206.675 em 2000 para 6.608 em 2010.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/29/presidente-do-ibge-apresenta-dados-do-censo-2010-924345599.asp