terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EUA terão base militar marítima no Oriente Médio

28/01/2012

O Pentágono está finalizando os preparativos para instalar uma grande base militar marítima no Oriente Médio, diante do aumento das tensões com o Irã e das ameaças representadas por piratas somalis e o braço da Al Qaeda no Iêmen, informou nesta sexta-feira (27) a edição digital do diário "Washington Post".
O porta-voz do comando da Marinha americana, Mike Kafka, confirmou o plano ao jornal, mas evitou precisar seu objetivo ou a localização exata do novo centro de operações americano. Outras fontes da Marinha indicaram ao periódico que o projeto está sendo desenvolvido "com pressa incomum" para esteja operacional já no "início do verão" (no hemisfério norte).
Para economizar custos, o Pentágono está transformando uma velha embarcação de guerra em uma base flutuante improvisada, que poderia acomodar navios menores de alta velocidade e helicópteros utilizados pelos Seals, o grupo de operações especiais da Marinha que executou Osama bin Laden em maio de 2011.
O projeto é levado a cabo sob pedido do Comando Central do Departamento de Defesa, encarregado das operações militares no Oriente Médio, segundo documentos obtidos pelo diário.
Embora se desconheça a localização prevista para a base, alguns desses documentos indicam que poderia situar-se no Golfo Pérsico, onde o Irã ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz, via crucial para a provisão de petróleo mundial.
Os Estados Unidos contam atualmente com uma longa base naval em Bahrein e costumam ter pelo menos dois porta-aviões nas águas que cercam o Golfo Pérsico.

Violência na Síria

Os protestos populares continuam e o governo sírio reprime as manifestações de maneira violenta. Acompanhe a matéria abaixo:

1.500 morreram em 2011 tentando entrar na Europa, diz ONU

DA REUTERS, EM GENEBRA
31/01/2012 - 17h09
Um número recorde de 1.500 migrantes, principalmente da Somália e de outras regiões da África, morreram tentando chegar à costa europeia em 2011 e a odisseia mortal continua para muitos que partem da Líbia, disse na terça-feira o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
A agência informou que os levantes populares na Tunísia e na Líbia levaram mais pessoas a fugir no ano passado, incluindo migrantes da região subsaariana que trabalhavam no Norte da África, depois que medidas mais severas na fronteira haviam reduzido drasticamente as chegadas à Europa em 2009 e 2010.
"Isso faz de 2011 o ano mais mortal para esta região desde que o Acnur começou a registrar essas estatísticas em 2006", disse à imprensa Sybella Wilkes, porta-voz do Acnur.
O número da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) é uma estimativa que inclui pessoas de 15 nacionalidades que se afogaram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo, que separa a Europa da África.
Mais de 58 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar no ano passado, também um recorde. Entre elas estão 56 mil --metade deles tunisianos-- que chegaram à Itália, afirmou Wilkes. Malta e Grécia receberam 1.574 e 1.030 pessoas, respectivamente, pelo mar.
"A maioria era de migrantes e não buscavam asilo", afirmou ela.
Além disso, 55 mil migrantes "irregulares" atravessaram a fronteira terrestre entre a Grécia e a Turquia em Evros no ano passado, de acordo com números do governo grego.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Novo salário mínimo nacional de R$ 622

Ivan Richard, da Agência Brasil
01/01/2012

O novo salário mínimo corresponderá a R$ 20,73 por dia e o valor pago pela hora de trabalho será de R$ 2,83
Brasília - Entra em vigor a partir de hoje (1º) o reajuste do salário mínimo, que passa de R$ 545 para R$ 622, um aumento de R$ 77. O novo salário mínimo corresponderá a R$ 20,73 por dia e o valor pago pela hora de trabalho será de R$ 2,83.
De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento de 14,13% vai injetar R$ 47 bilhões na economia brasileira. Descontada a inflação estimada para 2011, o aumento real do salário mínimo deve ser de 9,2%.
Ainda segundo o Dieese, 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente beneficiadas com o aumento. O governo também passará a arrecadar R$ 22,9 bilhões a mais devido ao aumento do consumo causado pelo reajuste.
O novo salário mínimo de R$ 622 terá impacto de R$ 23,9 bilhões nas contas públicas em 2012. De acordo com governo, a maior parte desse montante corresponde aos benefícios da Previdência Social no valor de um salário mínimo que serão responsáveis pelo aumento de R$ 15,3 bilhões nas despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O método de reajuste do salário mínimo foi definido por meio de medida provisória aprovada pelo Congresso. A lei que fixa a política de reajuste do salário mínimo estabelece que o valor será reajustado, até 2015, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Também começa a valer hoje o reajuste de 14,12% no valor do benefício do seguro-desemprego. Com isso, o valor máximo pago ao trabalhador passa de R$ 1.010,34 para R$ 1.163,76. O percentual de reajuste está em resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador publicada no dia (30) no Diário Oficial da União.
O benefício é pago em, no máximo, cinco parcelas de forma contínua ou alternada. Quem, nos últimos três anos, trabalhou entre seis meses e 11 meses recebe três parcelas. Aqueles que trabalharam entre 12 meses e 23 meses recebem quatro parcelas e quem comprovar vínculo empregatício de, no mínimo, 24 meses, recebe cinco parcelas.
Tem direito ao seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa, que tenha recebido salários consecutivos no período de seis meses anteriores à data de demissão e tenha sido empregado de pessoa jurídica por pelo menos seis meses nos últimos 36 meses.
O trabalhador tem do sétimo dia ao 120º dia após a data da demissão do emprego para requerer o benefício.


ocupação no Pinheirinho - São José dos Campos

No dia 22/01, a Polícia Militar cumpriu o mandado de reintegração de posse de uma área chamada Pinheirinho, em São José dos Campos - SP. O local pertence a uma empresa falida de um investidor chamado Naji Nahas. A população carente (composta por mais ou menos 6 mil pessoas) começou a ocupar o terreno em 2004 e hoje se encontra desamparada, sem um local próprio para sua moradia. Veja as duas reportagens abaixo.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Operação na Cracolândia - SP

No início de janeiro deste ano (dia 03), a Polícia Militar começou um processo de retirada de usuários de droga (crack) na região da Luz, na cidade de São Paulo com o objetivo de combater o tráfico e devolver a cidadania às pessoas afetadas. Algumas críticas foram feitas em relação à assistência dada aos usuários pois muitos não têm para onde ir e/ou como se tratar. A prefeitura de São Paulo se disponibilizou a ajudar as pessoas que desejarem um auxílio para se livrarem da droga. Confira as reportagens do Jornal da Gazeta abaixo.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Aumenta a tensão na Nigéria

Além da grave tensão religiosa entre muçulmanos e cristãos, manifestantes entraram em confronto com a polícia. Milhares de pessoas protestaram contra o aumento do preço dos combustíveis e uma greve geral ameaça parar o país. Confira na reportagem abaixo:



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Seis em cada dez brasileiros pertencem à classe média, diz Datafolha

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
22/01/2012 - 07h00
Brasil é um país de classe média. Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais já pertencem a esse grupo, segundo o Datafolha.
Com 90 milhões de pessoas --número superior ao da população alemã--, a classe média brasileira, no entanto, está longe de ser homogênea.

A variedade de indicadores de renda, educação e posse de bens de consumo permite a divisão dessa parcela da população em três grupos distintos que separam os ricos dos excluídos.
O acesso crescente a bens de conforto --como eletroeletrônicos, computadores e automóveis-- é o que mais aproxima as três esferas da classe média brasileira.
A partir da medição da posse desses itens, a população é divida em classes nomeadas por letras.
O Brasil de classes médias é aquele que está conseguindo escapar dos estratos D e E, deixando para trás os excluídos, mas ainda quase não tem presença na classe A.
Ganhos de renda --consequência de crescimento econômico mais forte e políticas de distribuição de renda-- e maior acesso a crédito contribuíram para essa tendência.
"Aumentos de renda que parecem pequenos para a elite têm representado uma revolução para as classes mais pobres", afirma o economista Marcelo Neri, da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Se a posse de bens de consumo aproxima as três classes médias brasileiras, indicadores de renda e educação ainda os distanciam.
Rendimento e escolaridade mais elevados são, por exemplo, características que afastam os brasileiros da classe média alta dos outros dois estratos. Já as linhas que separam os integrantes das classes médias intermediária e baixa são mais tênues.
A renda da classe média baixa ainda é, por exemplo, mais elevada do que a da classe média intermediária.
No entanto, os integrantes bem mais jovens da classe média intermediária têm melhores perspectivas econômicas por conta de avanços educacionais mais significativos nos últimos anos.
Esse grupo é o que mais se expandiu no país na última década. Com 37 milhões de pessoas (de 16 anos ou mais), só perde para os excluídos, que ainda formam a classe mais numerosa no Brasil, embora tenham encolhido.
Apesar da expansão significativa da classe média, há quem ainda não sinta fazer parte do grupo. É o caso de Rosiley Marcelino Silva, 46. Casada e mãe de dois filhos adultos, ela vive da venda de salgados e do salário do marido, ajudante de caminhão.
"Não acho que tenho vida de classe média. Mas agora dá para sobreviver", diz Rosiley, que foi classificada pelo Datafolha como classe média intermediária.
A vulnerabilidade da nova classe média é uma questão que preocupa as autoridades.
"Nós estamos tentando pensar em políticas que ajudem essas pessoas a não retornarem para a pobreza, porque esse é um risco", afirma Diana Grosner, economista da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Segundo ela, o governo trabalha agora em uma definição oficial de classe média e, depois, poderá dividi-la em até três grupos distintos para elaborar políticas específicas de acordo com as necessidades de cada um deles.

Malvinas criam tensão entre Argentina e Reino Unido, 30 anos após guerra

Entenda a disputa entre os governos dos dois países por território, que provocou trocas de acusações nesta semana
BBC Brasil | 20/01/2012 10:47
A recente troca de acusações entre dirigentes da Argentina e da Grã-Bretanha ameaça deteriorar e relação entre os dois países e reacende os temores de uma possível escalada na tensão entre as nações, que foram à guerra há quase 30 anos atrás.
Mais uma vez, o centro da discórdia são as Ilhas Malvinas, o pequeno arquipélago 500 km ao leste do extremo sul da Argentina, anexado pela Grã-Bretanha desde 1833.

Nesta semana, o premiê britânico, David Cameron, respondendo a novas iniciativas do governo Cristina Kirchner para pressionar por negociações sobre o futuro das Malvinas (chamadas de ilhas Falkland pelos britânicos), acusou a Argentina de estar adotando uma postura "colonialista", afirmação respondida no mesmo tom de acusação por ministros argentinos.
Desde o fim do conflito, deflagrado em abril de 1982, a Argentina insiste que negociações bilaterais sejam abertas para tratar da soberania das ilhas, enquanto a Grã-Bretanha diz que não há o que discutir, já que os moradores do local (chamado em inglês de ilhas Falkland) querem permanecer cidadãos britânicos.
No entanto, enquanto David Cameron mantém a postura de seus antecessores, tanto conservadores quanto trabalhistas, seus colegas argentinos vêm desfechando uma ofensiva diplomática para fortalecer a sua posição. Recentemente, o requerimento de Buenos Aires obteve o apoio da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), assim como da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Além disso, os países do Mercosul aderiram a uma moção para não permitir a entrada de barcos que levem a bandeira das Malvinas em seus portos, medida que Londres inicialmente classificou de "bloqueio". Em ocasiões anteriores, ambos os países afirmaram quem, acima de tudo, está o interesse de manter a paz. Mesmo a Argentina, que é parte demandante, disse várias vezes que sua reivindicação é pacífica.

Declarações ásperas
Observadores dentro e fora do Cone Sul concordam que a situação geopolítica mudou muito desde os anos 1980, quando ocorreu a guerra. Em geral, há um consenso de que um novo conflito armado é improvável.
No entanto, as declarações recentes de ambas as partes chama a atenção por sua aspereza. David Cameron disse que a questão das Malvinas foi tratada na última terça-feira com o Conselho de Segurança Nacional. "Devo me certificar de que nossas defesas estão em ordem", disse o primeiro-ministro aos parlamentares britânicos.
Já no início desta semana, um navio de cruzeiro que se dirigia à Antártida, ocupado por centenas de passageiros de diversas nacionalidades, foi impedido de desembarcar nas Malvinas por supostas questões de saúde. O governo das ilhas afirmou que vários passageiros apresentavam um quadro de gastroenterocolite, motivo pelo qual foram impedidos de desembarcar.
Relatos publicados na mídia indicaram a surpresa dos integrantes da tripulação do navio, diante do que consideraram uma medida extremamente rigorosa. O episódio foi referido pela chancelaria argentina, que emitiu um comunicado criticando a ação do "governo ilegítimo e autodenominado" das Malvinas, acrescentando que esperavam que este não se tratasse "do enésimo ato hostil".
Colonialismo
As rusgas mais recentes foram verificadas na última terça-feira, quando a postura argentina foi chamada de "colonialista" pelo primeiro-ministro britânico. "Essas pessoas (os habitantes das Malvinas) querem continuar sendo britânicos, e a Argentina pretende o contrário", disse Cameron.
A resposta argentina veio por meio do ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman. "Chama a atenção que a Grã-Bretanha fale de colonialismo, quando é um país sinônimo de colonialismo", disse ele, durante viagem a El Salvador. "Chama a atenção também que a Grã-Bretanha acuse um país como a Argentina, que é vítima de uma situação colonial, como expressaram as Nações Unidas ao definir as Malvinas como uma questão de soberania e colonialismo", acrescentou Timerman.
O ministro se refere a uma resolução da ONU emitida em 1965, onde a postura britânica é descrita como uma forma de colonialismo. Desde então, as Nações Unidas pedem que as duas partes negociem uma saída.
Em visita ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que a posição de seu país sobre as ilhas é "bem conhecida" e não vai mudar. "Acreditamos na autodeterminação do povo das ilhas Falkland e apoiamos seus direitos", afirmou Hague na quarta-feira, após um almoço com seu colega brasileiro, Antonio Patriota.
Leia também:

Apoio brasileiro
Por sua vez, o chanceler brasileiro reiterou o apoio brasileiro à posição argentina. "As decisões da Unasul e do Mercosul são públicas, e o ministro Hague sabe que o Brasil e a Unasul apoiam a soberania argentina sobre as Malvinas, e nós apoiamos as resoluções das Nações Unidas para que os dois países discutam a questão", disse, após a reunião com seu colega britânico.
No entanto, as próprias ilhas parecem apoiar amplamente a posição britânica. "Temos o direito absoluto à autodeterminação. Ninguém nos pode tirar isso", disse à BBC Dick Sawle, representante das ilhas no Parlamento, em Londres. "Temos o direito estabelecido na ata da ONU que a Argentina decidiu seguir ignorando."
As Malvinas também foram motivo de tensão renovada entre Argentina e Grã-Bretanha a partir de 2010, quando empresas britânicas começaram a prospectar petróleo nas águas profundas próximas às ilhas. Vários projetos de exploração de petróleo estão em curso na região, mas ainda não foi comprovada a existência de reservas de hidrocarbonetos.
Cortes orçamentários
O jornal britânico Financial Times afirmou recentemente, citando analistas, que o interesse do governo de Cristina Kirchner no tema das Malvinas visa desviar a atenção do público para uma agenda de cortes orçamentários, mesmo depois de ter aumentado gastos em sua campanha para a reeleição.
No entanto, segundo apurou a BBC Mundo em Buenos Aires, há uma espécie de acordo político entre grupos governistas e de oposição sobre a polêmica das ilhas. Na última campanha presidencial, quando questionados sobre as Malvinas, todos os principais candidatos disseram que manteriam a estrategia implementada por Cristina.
Já as declarações de Cameron sobre sua reunião com o Conselho de Segurança Nacional coincidem com o anúncio de cortes nos gastos militares. Apesar da recente tensão entre os dois países, acredita-se que a possibilidade de uma escalada que culmine num eventual enfrentamento militar, como em abril de 1982, seja remota.
"Politicamente, a escalada não é uma opção. Da parte dos britânicos, seria algo muito custoso, e vários países, inclusive o próprio Reino Unido, estão reformulando seus gastos militares", disse à BBC Brasil Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp, "Já a Argentina não faria isso, por ter um poderio desproporcionalmente menor do que a Grã-Bretanha."
Para Ayerbe, a Argentina tem instrumentos fracos para pressionar os britânicos a negociar uma saída para as Malvinas. "A postura do Mercosul de banir navios britânicos é um passo, mas não é algo que vá colocar a Grã-Bretanha contra a parede. Se eles não quiserem abrir o diálogo, nada vai acontecer, a Grã-Bretanha não vai ser isolada ou retaliada", afirma.
Segundo o especialista, as medidas argentinas têm um maior efeito político, ao levantar questões sobre o colonialismo e recordando casos como o de Hong Kong, que a Grã-Bretanha devolveu à China após mais de 150 anos de domínio.
Com reportagem de Vladimir Hernández, da BBC Mundo em Buenos Aires.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PIB da China faz ‘pouso suave’ com alta de 9,2% em 2011

Crescimento supera previsões do governo, mas fica abaixo do resultado de 2010

Publicado:17/01/12 - 3h01

RIO — O Produto Interno Bruto (PIB, total de bens e serviços produzidos no país) da China fez um “pouso suave” com o crescimento de 9,2% em 2011, na opinião de economistas entrevistados pelo GLOBO nesta terça-feira. O resultado superou as previsões de analistas e a meta do governo de avançar 8%, mas mostra uma acomodação do ritmo de expansão, já que em 2010 a taxa de crescimento foi de 10,3%. O PIB chinês terminou 2011 em 47,15 trilhões de iuanes, ou cerca de US$ 7,46 trilhões.
O crescimento no quarto trimestre de 2011 foi de 8,9%, dois décimos a menos que no terceiro e a menor alta trimestral em dois anos e meio, quando a China avançou 7,9%.
Mesmo com a pequena desaceleração em 2011, a China ainda deve registrar a maior taxa de crescimento entre os países relevantes no ano de 2011. Segundo levantamento da Austin Rating, apenas Arábia Saudita divulgou o PIB consolidado de 2011 até o momento, que registrou avanço de 6,7%. A Alemanha também divulgou uma estimativa preliminar do crescimento em 2011, de 3,0%, que ainda pode ser revisada.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, diz que o PIB chinês mostrou desaceleração, mas que isso não aumenta o risco de uma nova crise global em 2012.
— O PIB menor da China, e provavelmente dos demais emergentes, está de acordo com a forte elevação de 2010 depois do desastre de 2009. Mas também é um sinal de arrefecimento econômico devido aos efeitos colaterais negativos produzidos pela crise de crédito nos chamados "desenvolvidos" — diz Agostini.
O economista Fernando Rocha, sócio responsável pela análise macroeconômica da gestora JGP recursos, avalia que essa desaceleração econômica não oferece riscos ao Brasil, já que diminui a chance de uma freada brusca mais à frente. A China é o maior importador de mercadorias vendidas pelo Brasil e analistas temem que uma redução do consumo venha a prejudicar empresas brasileiras.
— Essa desaceleração suave é boa, porque o crescimento se torna mais sustentável — diz Rocha.
Já Fabio Kanczuk, professor da USP, avalia que o "pouso chinês", mesmo suave, vai afetar negativamente de alguma forma as empresas brasileiras exportadoras de commodities. Mas, ao mesmo tempo, essa perda de força pode ajudar a indústria brasileira, prejudicada pela concorrência chinesa.
— A taxa de crescimento deve vir ainda menor em 2012. É ruim para o Brasil, mas bom pra indústria brasileira porque talvez o câmbio suba um pouco — diz Kanczuk.
O comissário do organismo de estatísticas, Ma Jiantang, ressaltou que, em 2011, "frente a um ambiente internacional complicado e volátil", a China tomou medidas macroeconômicas que 'representaram um bom começo para o Plano Quinquenal 2011-2015'.
A instituição também publicou outros dados macroeconômicos do ano passado, como o investimento em ativos fixos, que em 2011 ascendeu a 30,19 trilhões de iuanes, aproximadamente US$ 4,77 trilhões, um crescimento anual de 23,8%.
Quanto às vendas no varejo, principal indicador do consumo e fator macroeconômico que Pequim deseja estimular nos próximos anos para atenuar a redução das exportações, a soma foi de 18,12 trilhões de iuanes (US$ 2,86 trilhões), um aumento de 17,1%.
O ano passado foi marcado na China pela luta de seu governo contra a inflação, as tentativas de contenção do crédito e do setor imobiliário e o freio das exportações.



População urbana supera a rural na China pela primeira vez

Publicado em: 17/01/2012

A China tinha mais residentes em áreas urbanas do que rurais no ano passado pela primeira vez na história, segundo dados oficiais. Esse é um marco demográfico que também aponta para problemas na oferta de trabalho na segunda economia mundial. Um total de 51,27% do 1,347 bilhão de habitantes na porção continental chinesa vivia em cidades no final de 2011, afirmou o Agência Nacional de Estatísticas da China.
Globalmente, em torno de 51% dos 7 bilhões de habitantes do planeta vivem em cidades, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Em contraste, 30% dos habitantes da Índia, o segundo país mais populoso do mundo depois da China, vivem em cidades, enquanto 82% dos americanos moram em áreas urbanas.
A rápida urbanização na China nas últimas três décadas sustentou o seu desempenho econômico estelar à medida que milhões de pessoas trocavam as residências rurais por povoados e cidades, à procura de melhores salários e empregos.
A população rural da China diminuiu em 14,5 milhões de pessoas somente em 2011, o mesmo tamanho do Camboja, de acordo com os dados.
Mas a taxa de urbanização está mais devagar e arrastando a oferta de trabalho. Mas a grande mudança das pessoas do interior para as cidades está longe de acabar e ainda deve continuar guiando a economia chinesa nos próximos anos.
O rápido envelhecimento da população eleva as tensões no país. O número de chineses acima de 65 anos é quase o tamanho de toda a população do Japão, de 122,9 milhões.
O chefe da agência de estatísticas, Ma Jiantang, disse que a queda na oferta de trabalho é essencial para sustentar o alvo de 7% de crescimento econômico do governo chinês, entre 2011 e 2015. Analistas concordam que a oferta de trabalho no país está minguando, mas há debates sobre se a China está próxima ou cruzando o ponto de virada Lewis - uma teoria de que salários em nações em desenvolvimento começam a crescer uma vez que haja escassez no trabalho rural.
Os salários médios chineses já estão subindo, embora partindo de baixos níveis. A renda disponível urbana per capita cresceu 14% para 21.810 iuanes (3,500 dólares) em 2011 em relação ao ano anterior, enquanto a renda rural per capita era de 6.977 iuanes. Analistas dizem que a média salarial minimiza a disparidade de renda ente os chineses, mas que é difícil identificar essa diferença, uma vez que a China não publica um coeficiente Gini nacional - medida amplamente utilizada para a divisão de riquezas.
O índice Gini para a China rural ficou em 0,4 no final de 2011, sugerindo uma distribuição de renda intermediária, com 1 sendo a mais desigual e 0 indicando igualdade na distribuição de riquezas.

Seca no Sul causa prejuízos de mais de R$ 2 bilhões à agricultura

Nos últimos dias, governos federal e estaduais anunciaram medidas, como construção de cisternas e verba para compra de insumos, para auxiliar agricultores
por Agência Brasil 17/01/2012

Enquanto estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste contabilizam os prejuízos causados pelas chuvas dos últimos meses, na Região Sul o problema continua sendo a estiagem. Além dos transtornos causados à população, a seca afetou a produção agrícola regional, causando prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao setor e contribuindo para o aumento dos preços de diversos alimentos em todo o país. 
No Rio Grande do Sul, 291 cidades decretaram situação de emergência. Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 1,6 milhão de pessoas estão sendo afetadas.
Em Santa Catarina, 80 cidades estão em situação de emergência por conta da seca. Quase 490 mil pessoas já foram prejudicadas pela falta de chuvas. Até esta segunda-feira (16/1), a Secretaria de Agricultura do estado estimava que as perdas agropecuárias chegavam a R$ 497 milhões. De acordo com a Defesa Civil catarinense, a estiagem deve permanecer até o próximo dia 19, quando podem ocorrer chuvas isoladas, a partir
da região meio-oeste.
No Paraná, o governador Beto Richa decretou situação de emergência em 137 cidades. Segundo a assessoria do governo, o decreto coletivo desta última segunda-feira visa a agilizar o atendimento aos municípios atingidos pela estiagem que assola o estado desde novembro de 2011. A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimentoestima que a estiagem comprometeu 11,5% da safra de verão, prevista em 22,13 milhões de toneladas, o que significa um prejuízo financeiro de R$ 1,52 bilhão. 

Medidas
Nos últimos dias, os governos federal e dos três estados anunciaram medidas para auxiliar as localidades e agricultores afetados. No último sábado (14/1), o governador gaúcho, Tarso Genro, anunciou a liberação de R$ 54,42 milhões para ações emergenciais e medidas preventivas contra a estiagem. Desse total, R$ 28 milhões são provenientes do governo federal, dos quais o estado já recebeu R$ 18 milhões. Tarso também anunciou que a Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento irá investir R$ 5 milhões na extensão de redes de água, compra de bombas para poços artesianos reservatórios nos municípios atingidos pela estiagem.
Em Santa Catarina, somados os recursos federais e estaduais, o socorro chega a R$ 28,6 milhões. Entre as medidas anunciadas na última segunda-feira pelo governador Raimundo Colombo e pelos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, estão a construção de 333 poços artesianos em municípios atingidos pela seca e a liberação de recursos do seguro agrícola mediante laudos técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
O governador Beto Richa também prometeu aplicar R$ 21,5 milhões na instalação de 300 sistemas comunitários de fornecimento de água em várias regiões paranaenses. Outros R$ 10 milhões serão investidos junto com o Ministério da Integração Nacional na implantação de cisternas em comunidades rurais historicamente afetadas pela falta de água, iniciativa que, segundo a assessoria do governo, irá atender especialmente os produtores de frangos, suínosleite ehortaliças.
O governo paranaense também vai destinar R$ 6 milhões para ajudar quem precisa comprar insumos agrícolas(fertilizante, máquinas, defensivo agrícolas) e acelerar as vistorias em plantações a fim de que os produtores possam solicitar o ressarcimento das perdas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o pagamento do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf).




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Governo restringe entrada de haitianos

Por Luana Lourenço – 11/01/2012
Carta Capital On Line

Brasília – O governo brasileiro vai regularizar a situação de cerca de 4 mil haitianos que entraram no Brasil fugindo da situação econômica do país, arrasado por um terremoto em 2010. Cerca de 1,6 mil já receberam vistos de trabalho e os demais terão a situação regularizada nos próximos dias.
O anúncio foi feito na terça-feira 10 pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, depois de reunião com a presidenta Dilma Rousseff, e os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e da Casa Civil, Gleisi Hoffman, no Palácio do Planalto.
A regularização vai valer para os haitianos que já estão no Brasil. Na quinta-feira 12, o governo vai propor ao Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, uma resolução para aumentar o controle sobre a entrada de haitianos no país. A regra vai restringir a emissão de vistos condicionados a haitianos ao máximo de 100 por mês, e que só poderão ser requeridos diretamente na Embaixada do Brasil no Haiti, na capital, Porto Príncipe.
Os vistos permitirão a permanência no Brasil por cinco anos para quem vier ao país para atividade de trabalho regular, informou Cardozo. “Aqueles que entrarem depois estarão em situação irregular e, como qualquer outro estrangeiro nessa situação, serão notificados e extraditados”, disse o ministro. Se aprovada, a resolução começa a valer ainda nesta semana.
O governo também decidiu que os haitianos não poderão entrar no país na condição de refugiados políticos, por decisão do Conselho Nacional para os Refugiados (Conare), que havia negado os pedidos de entrada no país nessa condição. “O Conare entendeu que não é caso de refúgio político e sim de vulnerabilidade econômica”.
O controle das fronteiras também será reforçado, em parceria com os governos do Peru, Equador e da Bolívia. Segundo Cardozo, a ideia é atacar rotas de imigração ilegal de haitianos e coibir a ação dos chamados coiotes, aliciadores de pessoas.
No Brasil, os haitianos estão concentrados nas cidades de Brasileia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas. Os governos estaduais têm reclamado do caos social provocado pela imigração nas cidades. Cardozo disse que o governo federal vai dar apoio aos governos estaduais na assistência aos estrangeiros.
“O governo federal não ficará indiferente e dará atendimento social aos haitianos. Temos que reconhecer a situação econômica dessas pessoas. Vamos dar apoio aos governos dos estados do Acre e Amazonas, para que possamos, por meio dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e do Trabalho garantir atendimento a essas pessoas”.
Hoje, o governo do Peru começou a exigir visto de haitianos que queiram entrar no país, para conter a imigração.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/governo-restringe-entrada-de-haitianos/

Acompanhe também a reportagem da Band sobre este assunto:



sábado, 14 de janeiro de 2012

O Novo Nordeste

Na semana do dia 09/01 o Jornal da Record exibiu uma série de reportagens sobre o desenvolvimento econômico do Nordeste, dando destaque para o estado de Pernambuco. Vale a pena acompanhar pois há abordagens sobre o processo de industrialização, a agricultura irrigada no Sertão, a transposição das águas do rio São Francisco, o crescimento da construção civil e a migração de retorno, ou seja, milhares de nordestinos estão voltando para sua terra de origem.





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Irã acusa Israel por outra morte de cientista

Agência France Press
TEERÃ (AFP) – O cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi Roshan morreu nesta quarta-feira 11 em um atentado com carro-bomba em Teerã. A ação foi atribuída pelo regime islâmico a Israel, em mais um episódio da tensão entre a comunidade internacional e o Irã por seu programa nuclear.
Ahmadi Roshan trabalhava na central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro), informou a agência Mehr.
O vice-governador de Teerã, Safar Ali Baratloo, atribuiu o atentado à “entidade sionista” israelense, ao alegar que o método utilizado – dois motociclistas que prendem uma bomba magnética a um veículo – é similar ao empregado para matar outros três cientistas iranianos nos últimos dois anos.
O ataque aconteceu durante a manhã perto da Universidade Alameh Tabatabai, zona leste da capital iraniana.
Leia mais:

Ahmadi Roshan morreu e dois passageiros do veículo, incluído um segurança, ficaram feridos.
“O engenheiro Ahmadi Roshan, que há nove anos se formou em Química na Universidade Sharif, era o vice-diretor para assuntos comerciais da central de Nantanz”, destacou a agência Mehr.
Natanz é a principal central de enriquecimento de urânio do Irã e tem mais de 8 mil centrífugas. A Universidade Sharif de Teerã é a de maior prestígio entre os centros de formação científica do país.
Outra agência iraniana, a Fars, afirmou, com base no depoimento de um colega de Ahmadi Roshan, que o cientista trabalhava em um projeto de membranas de polímeros utilizados na separação de gases.
No Parlamento iraniano, a notícia foi recebida pelos deputados com gritos de “Morte a Israel” e “Morte aos Estados Unidos”.
“Atualmente, os que alegam lutar contra o terrorismo atacam nossos cientistas. Mas devem saber que os cientistas iranianos estão mais decididos do que nunca a avançar pelo caminho do progresso científico”, afirmou o vice-presidente iraniano, Mohamad Reza Rahimi.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, está em uma viagem por países da América Latina hostis aos Estados Unidos. Nesta quarta-feira viajará de Nicarágua a Cuba.
A viagem acontece em um momento de forte pressão dos países ocidentais, que suspeitam que a meta do programa nuclear iraniano é produzir uma bomba atômica. Os Estados Unidos reforçaram as sanções e a União Europeia anunciou um princípio de acordo para decretar um embargo às importações de petróleo iraniano.
A República Islâmica já foi objeto de seis condenações do Conselho de Segurança da ONU e de severas sanções internacionais por suas atividades nucleares.
Teerã nega um objetivo militar e alega que o programa nuclear tem apenas finalidades civis.
Para aumentar a tensão, na semana passada o Irã advertiu contra a presença militar americana no Golfo Pérsico e ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa 35% do transporte marítimo mundial de petróleo.
Dois dos três cientistas iranianos assassinados desde janeiro de 2010 trabalhavam para o programa nuclear do país.
O atual diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Fereydun Abasi, escapou de um atentado similar em 2010. Ele conseguiu fugir de um automóvel ao perceber que um motociclista havia fixado uma bomba na porta do veículo, segundo o governo iraniano.
As autoridades iranianas acusam Israel e Estados Unidos de responsabilidade pelos atentados, assim como por um ataque virtual com o vírus Stuxnet, que teria afetado atividades de enriquecimento de urânio do Irã em 2010.