quarta-feira, 13 de julho de 2011

O nascimento do Sudão do Sul

No dia 09/07/2011 o continente africano deu à luz mais um país no mundo, o Sudão do Sul.
O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum (capital do Sudão), onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.
Apesar de possuir grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com a maior taxa de mortalidade materna, a maioria das crianças fora da escola e um índice de analfabetismo que chega em 84% entre as mulheres.
Embora não haja estatísticas oficiais, a ONU estima que a população do país varie entre 7,5 e 9,5 milhões. O Sudão do Sul também nasce sendo um dos maiores do continente, superando as áreas de Quênia, Uganda e Ruanda somadas.
A independência está sendo celebrada sem que as fronteiras entre o sul e o norte já estejam completamente definidas. Um foco de tensão é o debate sobre quem ficará a região de Abyei, rica em petróleo.
Em maio, forças do Sudão do Norte entraram em Abyei. Os conflitos forçaram 170 mil pessoas a deixarem suas casas, para fugir da violência.
O acordo de 2005 previa um referendo para os moradores da área decidirem se ficariam com o norte ou o sul, mas por causa da tensão a votação ainda não ocorreu.
Antecipando-se a uma eventual retomada da guerra civil, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, também em maio, o envio de uma missão de paz com 7 mil militares para a área, a maioria da Etiópia.
A separação também acendeu os ânimos na região de Kordofan do Sul, que está sob controle do governo de Cartum.
Povoada por minorias étnicas sem ligação com a população árabe do norte, a região quer se juntar ao novo país. Confrontos na região já provocaram o deslocamento de 60 mil moradores.
Petróleo e capital
A questão do petróleo é uma das questões mais sensíveis na divisão do Sudão.
A maior parte das reservas fica no sul, mas quase toda a infraestrutura para refino e transporte fica no norte. Por enquanto, a receita é dividida meio a meio.
Além de discutir uma nova divisão nos lucros, o sul e o norte também têm de dividir a dívida pública do Sudão.
A nacionalidade dos sul-sudaneses que vivem no norte é outro problema. O governo de Cartum já revogou a cidadania destas pessoas, que agora migram em massa para a antiga terra natal, para se tornarem cidadãos do mais novo país do mundo.
fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110708_sudao_do_sul_independencia_mm.shtml
No link abaixo há uma reportagem do Jornal da Band sobre este assunto mostrando a festa de independência:

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